O porquê de escrever e falar corretamente
A comunicação escrita é um reflexo das nossas leituras, de nossa intimidade com aspalavras, dos valores e dos conceitos de vida que defendemos.
Errar é humano... Mas ninguém gosta de comprovar sua natureza humana por esse
caminho. Nem mesmo quando o erro é de Português. Vem sempre uma
frustraçãozinha danada se a gente erra, mesmo sabendo que se comunicou.
Além de escrever certo, é preciso ter amor à leitura, desenvolver o hábito da reflexão
e ser capaz de produzir textos agradáveis e convincentes.
“Saber escrever bem é transmitir ideias consistentes com a agilidade que os meios
de hoje impõem. Saber escrever bem é ser um artista das palavras. E todos nós,
empresas e profissionais, precisamos redescobrir urgentemente a eficiência dessa
arte” (Paulo Nathanael Pereira de Souza).
“Na vida pessoal, dominar um idioma pode ser a base de projetos de vida bem
sucedidos. Já no campo profissional pode fazer a diferença entre o emprego e
desemprego” ( Luiz Gonzaga Bertelli).
A competência profissional é questionada quando um indivíduo se expressa mal,
pois pode ser avaliado como alguém sem preparo e com lacunas na sua formação.
Quem escreve bem, pensa bem, expressa com clareza suas ideias, apresenta
argumentos capazes de convencer pessoas.
Etimologicamente, comunicação significa tornar comum, trocar opiniões, fazer saber,
implica participação, interação, troca de mensagens. É um processo de participação
de experiências, que modifica a disposição mental das partes envolvidas.
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As relações de trabalho reclamam linguagem compreensível para que se estabeleça
o entendimento comum.
Língua Falada e Língua Escrita
Embora sejam expressões de um mesmo idioma, a língua falada e a língua escrita
nem sempre são equivalentes, pois cada uma tem a sua especificidade.
Existem pelo menos dois níveis de língua falada: a culta (ou padrão) e a coloquial
(ou popular). A linguagem coloquial também aparece nas gírias e na linguagem
familiar, por exemplo. Essas variações são explicadas por vários fatores:
• Diversidade de situações em que se encontra o falante: uma palestra ou uma
festa entre amigos;
• Grau de instrução do falante e também do ouvinte;
• Grupo a que pertence o falante (este fator é determinante na formação da
gíria).
Dessa forma, devemos saber a situação adequada para utilizarmos cada nível da
língua falada, para não cometermos equívocos, como no quadro a seguir:
A língua escrita, por sua vez, só é aprendida depois que dominamos a língua
falada. E ela não é uma simples transcrição do que falamos; está mais
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subordinada às normas gramaticais e, portanto, requer mais atenção e
conhecimento. A língua escrita assume um caráter mais rígido quanto à forma,
sobretudo quando se trata de uma língua literária ou científica, na qual se usa a
norma culta.
Apesar da maior rigidez da língua escrita em relação à língua falada, não
podemos negar que a forma escrita também apresenta variações. Imagine uma
pessoa, que possua um bom nível de escolaridade, escrevendo uma carta ao
presidente da empresa em que trabalha e um bilhete para sua empregada
doméstica. A seleção de palavras utilizadas, bem como a estrutura de cada
texto não será a mesma, dado o caráter formal do primeiro e informal do
segundo. Além disso, existe a variação das diferentes linguagens: técnica,
jurídica, literária, entre outras.
Principais diferenças entre a língua falada e a língua escrita:
Língua falada
• Requer a presença de
interlocutores;
• É espontânea e imediata;
• A expressividade permite prescindir
de certas regras;
• É repetitiva e redundante.
Língua escrita
• Comunicação unilateral;
• Está mais subordinada às normas
gramaticais;
• Mais correção na elaboração das
frases;
• É mais sintética e objetiva.
O uso do há e o a
Emprega-se a preposição a para indicar tempo futuro, fatos que ainda irão acontecer
ou para intervalo de tempo.
A encomenda chegará daqui a dois dias.
De hoje a duas semanas ela virá visitar-nos.
Usa-se, ainda, para indicação de distância:
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Chegaremos daqui a cem quilômetros.
Emprega-se há para indicar tempo passado, fatos que já aconteceram. Neste caso,
há pode ser substituído por faz.
A encomenda chegou há (faz) dois dias.
Há (Faz) alguns anos ele vive aqui.
A forma há também tem outros empregos e o mais comum é no sentido de existir.
Há (Existem) muitas pessoas neste recinto.
Não confunda:
“A” – Preposição, artigo e pronome
Cuidado para não confundir a preposição “a”, o artigo “a” e o pronome “a”.
A preposição é invariável; o artigo e o pronome se flexionam de acordo com o termo
a que se referem.
Veja os exemplos a seguir:
“Não dou atenção a fofocas” (preposição – note que não se estabelece concordância
com o substantivo feminino plural “fofocas”), ou seja, a (singular) fofocas (plural).
“As fofocas dessas pessoas, ignorou-as” (artigo definido e pronome
respectivamente – estabelecem concordância com o substantivo feminino no plural
fofocas).
Lembre-se: Há para passado e A para futuro!
O QUE É CRASE?
Crase é o nome que se dá à fusão de duas vogais idênticas - preposição a + artigo
a(s).
Vou a + a cidade.
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à
• quem vai, vai a algum lugar: o verbo ir é regido de preposição
• a palavra cidade admite o artigo a.
ATENÇÃO:
Crase não é o nome do acento. O acento se chama “grave”.
Com ele, acento grave, indicamos a ocorrência da crase. Portanto a crase é
representada pelo acento grave ( `).
Regras para utilização da crase
Regra geral
A regra geral determina que ocorrerá crase:
• Se o termo regente exigir a preposição a: chegar a, contrário a.
• Se o termo regido aceitar o artigo a/as: a escola, a ideia.
Para se certificar, substitua o termo feminino por um masculino. Se a contração ao
for necessária, a crase será utilizada.
Vou à praia./ Vou ao clube.
Vou à escola./ Vou ao colégio.
Emprego obrigatório da crase
1) Nos casos em que a regra geral puder ser aplicada.
Dirigiu-se à professora. / Dirigiu-se ao professor.
2) Na indicação do número de horas, quando ao trocar o número de horas pela
palavra meio-dia, obtivermos a expressão ao meio-dia.
Chegou às oito horas em ponto. Retornou ao meio-dia em ponto.
3) Nas indicações de:
- tempo: à noite, à tarde, às vezes etc.;
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- modo: às pressas, às ocultas, às escondidas etc.;
- lugar: à cidade, à rua.
4) Nas expressões:
- à maneira de, à moda de, à procura de, à risca, à esquerda, à frente, à custa de,
à medida que, à proporção que, à espera de, à entrada, à saída etc.
Emprego facultativo da crase
1) Diante de pronomes possessivos femininos.
Vou a sua casa./Vou à sua casa.
2) Diante de nomes próprios femininos.
Não me referia a Eliana./Não me referia à Eliana.
3) Depois da preposição até.
Foi até a porta./Foi até à porta.
Casos em que nunca ocorre a crase
• Diante de palavras masculinas.
Ele está na Bahia a serviço.
Não existe o artigo “a” sobreposto à preposição “a”, porque não admitimos um artigo
feminino diante de uma palavra masculina.
• Antes de expressão de tratamento.
Trouxe uma mensagem a Vossa Majestade.
• Em expressões formadas por palavras repetidas.
Ficou frente a frente com o policial.
• Quando o a estiver no singular e a palavra seguinte no plural.
Como posso resistir a pessoas tão encantadoras?
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• Antes de artigos indefinidos um/uma.
Chegamos a um bom acordo.
• Antes da maioria dos pronomes.
Nada contarei a ela.
A qualquer pessoa/ a você/ a ninguém/ a poucas pessoas
• Antes de verbos.
Blusas a partir de R$ 15,00.
Casos especiais
• Diante de nome de cidade.
Para saber se o a tem o acento indicativo de crase, descubra se o nome da cidade
aceita artigo: use o verbo VOLTAR . Se houver contração de preposição e artigo,
existirá crase.
Fui à Espanha. / Voltei da Espanha.
Fui a São Paulo. / Voltei de São Paulo.
Obs.: Se o a anteceder a palavra cidade, a crase será obrigatória:
Fui à cidade de São Paulo.
• Diante da palavra casa (no sentido de lar, moradia) quando esta não estiver
determinada.
Não voltarei a casa esta semana.
Não voltarei à casa dos meus pais esta semana.
• Diante de alguns pronomes, podemos utilizar a regra 1, a qual já mencionamos.
Para relembrar: troca-se a palavra feminina por uma masculina equivalente. Se
antes da palavra masculina aparecer ao ou aos, isso indica que se deve usar o
sinal de crase antes da palavra feminina.
Informo o preço à senhora Silvana./Informo o preço ao senhor Silvio.
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Esta é a decisão à qual chegamos./Este é o ponto ao qual chegamos.
• Antes dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo, ocorre crase sempre que o
termo regente exigir a preposição a:
Fui àquele comício. /Sou contrário àquela ideia.
DICAS
Uma outra maneira de verificar a existência da crase é:
1º localize a preposição a normalmente exigida por um verbo ou nome.
2º localize o artigo a normalmente exigido pelo substantivo ou pronome.
Vejamos o exemplo abaixo:
Ele se opõe à reforma.
1) Como informamos, precisamos verificar a presença da preposição, nesse caso
exigida pelo verbo. É necessário perguntar ao verbo: Quem se opõe, se opõe a
algo ou a alguém. Portanto, a preposição existe nessa frase.
2) verificar a presença do artigo, nesse caso exigido pelo substantivo. É necessário
formular frases com o substantivo antecedido por: da (de+a); na (em+a); pela
(por + a) etc. (Eu falo da reforma, eu penso na reforma, eu torço pela reforma).
Portanto, existe a presença do artigo feminino a. Dessa forma, podemos justificar
a presença da crase no caso acima.
Vejamos outro exemplo:
Parabéns a você!
1º localizar o verbo ou nome.
Nome: parabéns - parabéns se dá a alguma pessoa ou a alguém, portanto
identificamos a presença da preposição.
2º localizar o substantivo ou pronome
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Pronome: você – (Eu gosto da você, Não parei de pensar na você.) A frase ficou
estranha, não é mesmo? Portanto não existe o artigo a. Sendo assim, o uso da
crase não pode ser justificado.
Atenção: além dos casos acima, algumas expressões recebem o acento grave,
mesmo que não haja a união de duas vogais. Geralmente, são locuções adverbiais,
prepositivas e conjuntivas femininas. Verifique na tabela abaixo alguns exemplos
frequentes de ocorrência ou não da crase.
LOCUÇÕES COM CRASE
à prestação
à primeira vista
à procura (de)
à chave
à prova d’água
à custa (de)
à queima roupa
à disposição
à espera (de)
à distância de
à medida que
à morte
à venda
à noite
à vontade
LOCUÇÕES SEM CRASE
a álcool
a bordo
a cavalo
a curto prazo
a distância
a gosto
a juros
a óleo
a olho nu
a partir de
a pé
a pedidos
a prazo
a propósito
a seco
AULA 02
Acentuação Gráfica
"Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suaspalavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu
plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou com a
tediosa formalidade de um marido. A palavra seria sua patroa! Com que
cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em
público, alvo da impiedosa atenção de lexicógrafos, etimologistas e colegas.
Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar
todos os dias para saber quem é que manda.”
(O gigolô das palavras – Luiz Fernando Veríssimo)
Se observarmos com atenção o texto acima, verificaremos que a maioria das
palavras não recebe acento gráfico. O princípio que presidiu à elaboração das
regras de acentuação do português foi justamente o da economia, reservando os
acentos gráficos para a menor parte das palavras.
Com o advento do Novo Acordo ortográfico da Língua Portuguesa, algumas palavras
deixaram de ser grafadas com os acentos: agudo, circunflexo e diferencial. O
contexto definirá a palavra.
LEMBRE-SE:
(´) acento agudo – indica as vogas tônicas das palavras: cajá, fé, saída, constrói,
saúde.
(^) acento circunflexo – colocado sobre as letras a, e, o, indica além de tonicidade,
timbre fechado: lâmpada, pêssego, cômodo.
(`) acento grave – sinal indicativo de crase.
(¨) trema – sinal usado apenas em palavras estrangeiras e em suas derivadas:
Müller, mülleriano.
(~) til – indica que as letras a e o representam vogais nasais: alemã, órgão, portão.
Como acentuar as palavras?
Em algumas palavras, a sílaba tônica é necessariamente marcada por um acento
gráfico. É esse acento que define o significado específico de tais palavras. Sua
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ausência dificulta o entendimento e pode modificar completamente o sentido das
palavras. O estudo das regras que disciplinam o uso adequado desses sinais é a
acentuação gráfica.
O acento gráfico que marca a sílaba tônica pode ser agudo – café, indicando
também que a vogal é aberta; ou circunflexo – você, indicando vogal fechada. Na
língua portuguesa, a sílaba tônica pode aparecer em três diferentes posições;
consequentemente, as palavras podem receber três classificações quanto a esse
aspecto:
Palavras Oxítonas → a sílaba tônica é a última.
Só recebem acento gráfico quando terminadas em: a, e, o, em, ens
seguidos ou não de s
Exemplos: sofá, atrás, português, mocotó, armazém, parabéns.
Palavras paroxítonas → a sílaba tônica é a penúltima.
Só recebem acento gráfico quando terminadas em:
- r, i (is), n, l, u(us),x, e um(uns), ã(ãs), os,
Exemplos: açúcar, safári, pólen, fácil, vírus, tórax.
álbum, imã, bíceps,
- ditongo
Exemplos: jóquei, órgão, comércio, história.
Atenção: De acordo com as novas regras do acordo ortográfico, os ditongos abertos
ei e oi das palavras paroxítonas não devem ser acentuados:
alcateia, apoia, ideia, plateia, boia.
Obs.: Não se usa mais o acento no i e no u tônicos nas palavras paroxítonas,
quando vierem depois de um ditongo.
feiura, bocaiuva,
Palavras proparoxítonas → a sílaba tônica é antepenúltima
Todas recebem acento gráfico.
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Árvore, antropófago, caríssimos
AEO!!! EM? ENS??
Podemos falar numa “regra de exclusão”, ou seja, o que vale para oxítonas não vale
para paroxítonas. Sendo assim, paroxítonas terminadas em a – e – o – em – ens,
não levam acento.
Fumaça – serelepe – padeiro – pajem - itens
Atenção!
Ao utilizar a regra da exclusão, verifique se a palavra paroxítona termina em ditongo.
Caso isso ocorra, a acentuação será obrigatória.
vício – astúcia
Regras gerais
• Acentua-se graficamente o ditongo aberto éu.
chapéu – mausoléu
• As vogais i e u levam acento quando formam hiato com a vogal anterior,
aparecem sozinhas na sílaba ou seguidas de s.
Exemplos: fa-ís-ca – sa-ú-de – sa-í-da
• Os monossílabos tônicos terminados em a, e, o, seguidos ou não de s.
Exemplos: brás - pá – gás – más – lá
mês – pé – ré – três
só – dó – xô – nós – pós
As vogais i e u não são acentuadas quando vêm seguidas de nh, i ou u
Exemplos: xi-i-ta - mo-i-nho - ju-iz
Com o advento da nova ortografia também não acentuam-se os ditongos:
- o ei e o oi das palavras paroxítonas;
Exemplos: ge-lei-a – i-dei-a – e-po-pei-a – ji-boi-a - joi-a – he-roi-co
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- os hiatos em ee(m) e oo;
Exemplos: Creem – leem – deem – veem – voo – enjoo – coroo – perdoo
Ditongo: encontro de duas vogais pronunciadas em uma só sílaba.
Hiato: conjunto de duas vogais, pronunciadas separadamente, cada uma
pertencendo a sílabas diferentes – ex.: ru-im, pa-ís, sa-ú-de.
Tonicidade: refere-se à vogal ou sílaba mais forte da palavra.
DICAS: caso você tenha dificuldades para acentuar uma palavra, realize o seguinte
processo:
1º - Divida-a em sílabas;
2º - Classifique-a quanto à tonicidade (oxítona, paroxítona ou proparoxítona)
3º - Aplique as regras mencionadas acima.
Acento diferencial
De acordo com o novo acordo ortográfico da língua portuguesa o acento diferencial
não é mais usado para diferenciar os seguintes pares:
•pára / para, péla (s) / pela(s), pêlo(s) / pelo(s), pólo / polo(s) e pêra / pera.
Exemplos: Ele para a bicicleta na calçada.
Gosto do Polo Norte.
Polo é um jogo interessante.
O pelo do cão é branco.
Gosto de comer pera.
Mas o acento diferencial continua a ser usado nos casos a seguir:
•pôde / pode
→ pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª
pessoa do singular.
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→ pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular.
Exemplo: Ele não pôde vir hoje cedo, mas avisou que pode vir mais tarde.
•pôr / por
→ pôr é verbo.
→ por é preposição.
Exemplo: Vou pôr confeito no bolo que foi feito por mim.
• para diferenciar o singular do plural dos verbos ter e vir, bem como de seus
derivados (manter, deter, conter, reter, advir, vir, intervir etc.).
Exemplos: Ela tem um par de sapato. / Elas têm vários pares de sapatos.
Ela vem de muito longe. / Elas vêm de muito longe.
Ele mantém a posição. / Eles mantêm a posição.
Ele detém o comando. / Eles detêm o comando.
Ele sempre intervém. / Eles sempre intervêm.
Ela convém ao marido. / Elas convêm aos maridos.
É muito comum a divergência entre a pronúncia praticada no dia-a-dia e a
recomendada pelos dicionários e gramáticas. Quase ninguém pronuncia recorde,
como recomendam os dicionários. O que se ouve mesmo é récorde. Ou então Nóbel
ao invés de Nobel. É bom lembrar que a pronúncia culta sempre deve prevalecer
nesses casos.
Ortografia
Por que escrevemos a palavra “gostoso” com s, apesar de a sonoridade ser de
z?
A ortografia é a parte da Gramática que indica como devem ser grafadas as palavras
de uma língua. Para se conseguir um bom nível ortográfico seria ideal conhecer a
origem das palavras. No entanto, como isso nem sempre é possível, pode-se contar
com a memória visual, treinada com bastante leitura e redação. Além disso, deve-se
criar o hábito de esclarecer as dúvidas com as necessárias consultas ao dicionário.
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Porém, é importante saber algumas regras que podem resolver boa parte das
dificuldades.
REGRA GERAL
Palavras derivadas mantêm, na medida do possível, as características de grafia da
palavra primitiva:
Atenção para as exceções!
Síntese – Sintetizar
Ênfase – Enfatizar
Catequese - Catequizar
DICAS ORTOGRÁFICAS
Letras G / J
G J
Palavras terminadas em -agem, -igem, -
ugem, (garagem, vertigem, ferrugem...).
Exceção: lambujem e pajem.
Palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -
ógio, -úgio (relógio, refúgio, estágio, colégio,
prodígio...).
Palavras de origem africana ou indígena
(jiló, Ubirajara, acarajé, pajé...).
Derivadas de palavras que possuam G
(rabugento/rabugem, selvageria/selvagem)
Derivadas de palavras que possuam J e
verbos que terminem em -jar ou –jear
(gorjeta/gorja, nojento/nojo, cerejeira/
cereja, arranjo/arranjar ...).
Atente para a grafia das seguintes palavras:
agilidade, fugir, tigela, monge...
Atente para a grafia das seguintes
palavras: jejum, jiló, laje, rejeição...).
Primitiva Derivadas
Ânsia ansiedade – ansioso
Cruz cruzamento – cruzar – cruzeiro
Pesquisa pesquisar – pesquisador – pesquisando
Casa casarão – casebre – casinha
Liso lisinho – alisar - alisamento
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Letras SS / Ç
SS
(só é grafado entre vogais)
Ç
(só é grafado antes de a, o, u)
Pretérito imperfeito de todos verbos
(corrêssemos, cantássemos...).
Verbos em -ecer, -escer
(anoiteça/anoitecer, cresça/crescer...).
Palavras ou radicais iniciados por s que
entram na formação de palavras
derivadas ou compostas
(homossexual/homo+sexual).
Sufixos ação, aça, aço, iça, iço, uça,
uço (reação, ricaço, carniça, caniço,
carapuça...)
Terminação dos superlativos (lindíssimo,
fofíssima...).
Palavras de origem árabe, indígena e
africana (paçoca, muçulmano,
miçanga...).
Letras X / CH
X CH
Após um ditongo. (peixe, ameixa, baixo,
paixão...).
Cuidado com a exceção recauchutar e
seus derivados
Depois da sílaba me- (mexer,
mexerico...)
A palavra mecha (substantivo) é uma
exceção.
Depois da sílaba en- (enxoval,
enxaqueca, enxada...).
Palavras iniciadas por ch que recebem o
sufixo en- (enchumaçar/chumaço,
enchiqueirar/chiqueiro).
Em palavras de origem indígena ou
africana (orixá, abacaxi, xavante...).
Verbos como encher, encharcar e seus
derivados (preencher, encharcado...).
Atente para a grafia das seguintes
palavras: Caxumba, bruxa, laxante,
puxar, graxa...
Atente para o uso de ch nas seguintes
palavras: Bochecha, chuchu, flecha,
pichar...
Letras S / Z
S Z
Nas formas dos verbos pôr, querer e
seus derivados (pusesse, quisesse,
repusesse...).
Sufixo formador de verbo –izar (civilizar,
realizar, modernizar...).
Sufixos -isa, -ês, -esa usados na
constituição de vocábulos que indicam:
profissão, nacionalidade, estado social e
títulos (baronesa, norueguês,
sacerdotisa, profetisa, cortês,
camponês...).
Nos sufixos –ez, eza, formadores de
substantivos abstratos (timidez, surdez,
invalidez, avareza...).
Sufixo -oso formador de adjetivos
(amoroso, atencioso, gasoso...).
Observe o uso da letra z nas seguintes
palavras: buzina, coalizão, cuscuz, giz,
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prazeroso, talvez, verniz....
Após um ditongo (maisena, lousa,
ausência...).
Em muitas palavras o fonema /z/ é
representado pela letra x: exaltar, exato,
inexistente, exuberante, exótico...
Palavras Homônimas
Não só quando estamos nos comunicando em outro idioma, corremos o risco de
cometer certos “deslizes”. Em português, isso também acontece. Por exemplo: na
hora de falar em que divisão da empresa você trabalha, não há problema. Mas
quando é necessário escrever uma carta para um superior? Afinal, você trabalha na
seção, na sessão ou na cessão de vendas? Muita gente se confunde com essas
palavras que possuem pronúncia igual, mas têm uma ou outra letra diferente.
Nesses casos, o que resolve mesmo é ter hábito de leitura para saber qual termo
deve ser usado em cada situação.
Palavras Homônimas são as palavras que se pronunciam de modo idêntico, mas
diferem pelo significado. Em geral, não há coincidência de sentido entre as palavras
homônimas. Veja alguns exemplos: cela (cubículo) e sela (arreio), coser (costurar)
e cozer (cozinhar), entre outros.
Segue abaixo uma lista com os exemplos mais comuns:
ACENTO – sinal gráfico (acento agudo, circunflexo etc.), sotaque.
ASSENTO – lugar para sentar.
CAÇAR – perseguir animais.
CASSAR – tornar sem efeito alguma decisão ou cargo.
CENSO – recenseamento, estudo sobre uma população.
SENSO – discernimento, juízo.
CESSÃO – ato de ceder.
SEÇÃO – divisão, departamento.
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SESSÃO – reunião, assembleia, repetição de um espetáculo no mesmo dia.
CONCERTO – composição de instrumentos, espetáculo musical.
CONSERTO – reparo, reforma.
ESTRATO – camada, nível.
EXTRATO – produto da extração de alguma coisa (extrato de banco, extrato de
tomate, etc.)
TACHAR – rotular, pôr defeito em alguma coisa ou alguém.
TAXAR – regular preço, estipular valores.
VIAGEM – substantivo. Ato de ir de um a outro lugar.
VIAJEM – uma das formas conjugadas do verbo “viajar”.
PALAVRAS PARÔNIMAS
São palavras que apresentam, quanto à grafia ou à pronúncia, apenas semelhança,
e não coincidência total. Elas diferem quanto ao sentido e também costumam
provocar dúvida quanto ao emprego correto. É o caso, por exemplo, de pares como
flagrante (evidente) e fragrante (aromático), comprimento (extensão) e
cumprimento (saudação, execução).
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AULA 03
Os Porquês: Por que / Porque / Por quê / Porquê
POR QUE
Usa-se:
• No início de frases interrogativas.
Por que você demorou?
• Quando puder ser substituído por um pronome relativo (pelo qual, por quais...).
Não sei por que razão decidiu partir.
• Sempre que estiverem subentendidas ou expressas as palavras “motivo” e
“razão”
Ninguém sabe por que (motivo) deixou o emprego.
• Quando indica finalidade, equivalendo a “para que”, “a fim de”.
Todos lutamos por que haja maior justiça social.
POR QUÊ
Usa-se:
• No final de frases interrogativas.
O diretor nos advertiu por quê? / Ainda não terminou? Por quê?
PORQUE
Usa-se:
• Quando equivale a “pois”, “já que”, “uma vez que” (causa).
A situação agravou-se porque muitas pessoas se omitiram.
PORQUÊ
Usa-se:
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• Usa-se quando substitui as palavras “motivo”, “razão” e normalmente surge
acompanhada do artigo “o” ou do artigo “um”. Como se trata de um substantivo,
pode ser pluralizado sem qualquer problema:
Não é fácil encontrar o porquê do problema.
Dê-me ao menos um porquê para sua atitude.
Esses são os porquês da vida.
Pronomes
Pronome é a classe de palavras que substitui um nome ou o determina. Ele sempre
aparece em referência a uma das três pessoas do discurso: primeira, segunda ou
terceira, do singular ou do plural.
Ela fugiu com nosso dinheiro
(1ª pessoa do singular) (1ª pessoa do plural)
O pronome, ao contrário do substantivo, não tem significado único, próprio.
Seu significado sempre dependerá do contexto:
Falei com o professor; ele entendeu o caso.
Pensei em minha mãe e na falta que ela me faz.
Pronomes pessoais
Sua função básica é substituir um nome, indicando diretamente uma das três pessoas
do discurso:
1ª pessoa (quem fala) : eu, nós
2ª pessoa (com que se fala): tu, vós
3ª pessoa (de quem se fala): ele, ela, eles, elas.
Pronomes demonstrativos
Indicam a posição dos seres relativamente às pessoas do discurso.
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Variáveis Invariáveis
este, esta, estes, estas Isto
esse, essa, esses, essas Isso
aquele, aquela, aqueles, aquelas Aquilo
ESPAÇO
este(s), esta(s) e isto indicam que o ser está perto de quem fala.
Esta blusa que estou usando é nova.
esse(s), essa(s) e isso indicam que o ser está perto da pessoa com quem se fala.
O que é isso que está em sua mão?
aquele(s), aquela(s) e aquilo indicam que o ser está longe de quem fala e também
da pessoa com quem se fala.
Quem é aquele rapaz que está do outro lado da rua?
FRASE/TEXTO
este(s), esta(s) e isto para indicar algo que vai ser falado (ou escrito) mais à frente.
Ela me disse isto: venha cá!
O assunto é este: Educação.
esse(s), essa(s) e isso para indicar algo que já foi falado (ou escrito) anteriormente.
Venha cá! Foi isso que ela me disse.
Educação. Esse é o assunto.
DICA:
Para fazer referência a dois elementos já citados na frase, usa-se “este” para indicar o
último elemento e “aquele” para indicar o primeiro elemento.
Beto e João vieram. Este (João) é falante, mas aquele (Beto) é calado.
Visitei Miami e Roma. Nesta (Roma) fiz várias compras; Naquela (Miami) conheci
muitos lugares.
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Colocação pronominal
Muitas pessoas têm dúvidas sobre a correta utilização dos pronomes oblíquos átonos.
Antes de mais nada, vejamos quais são eles:
Pronomes oblíquos átonos
ME, NOS, TE, VOS
O, A, OS, AS, SE
LHE, LHES
Esses pronomes, em relação ao verbo, podem estar :
antes do verbo (próclise)
Essa é a equipe que me auxiliou.
depois do verbo (ênclise)
Mostrei-lhe todos os livros do acervo.
no meio do verbo (mesóclise)
Poder-se-ia dizer que ela era muito comunicativa.
Dicas:
Usos da ênclise:
Quando o verbo inicia a oração.
Expliquei-lhe todo o serviço.
Quando há pausa antes do verbo.
Aqui, fala-se.
Usos da próclise (Quando, antes do verbo, houver uma palavra que tenha força atrativa
sobre o pronome oblíquo):
As palavras negativas: não, nada, nunca, jamais etc.
Ela não me disse o que queria.
Os advérbios: sempre, já, agora, talvez, ali etc.
Ele sempre nos diz isso.
Programa CIEE de Educação a Distância
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Os pronomes relativos: que, quem, o qual, cujo etc.
Esses são os cursos que me ajudaram.
Os pronomes indefinidos: tudo, ninguém, alguém etc.
Alguém o procurou na faculdade.
Os pronomes demonstrativos: este(s), esta(s), aquele(s), isto, aquilo etc.
Isso me perturbou muito.
As conjunções subordinativas: que, se, quando, embora, como, mesmo que etc.
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